Lê. Faz-te mal.

  • Parede cinzenta
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    Bruno

    Apesar de o conhecer mal, lembrarei o Bruno com admirável carinho por duas razões: A primeira, por ser um tipo que sempre viveu a sua vida nos seus termos. Tinha ideias fixas, daquelas que te fariam manda-lo à merda em dois tempos, mas foi sempre genuíno e verdadeiro na amizade. A segunda, por, num certo Natal, me ter curado uma […] More

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  • mão difusa
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    Ser Radical e identificado como amigo do Terror

    Morre um pouco a esperança para que possa crescer. Especialmente quando se torna a única saída na distância que é a estrada do sadismo de uns e indiferença de outros. Onde o fim de cada vida é o início de um número que, de absurdo, deixa de fazer sentido e adormece. Trinta e seis são demais. Trinta e seis mil […] More

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  • Relógio
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    um outro Tempo

    Passa a hora no tempo que acabouNo momento do nada que desprendeO remanso dos sonhos já esquecidosLembrados pelo que nunca foram Lampejos negros da memória virgemDe só recordar o que não aconteceuE invejar o que tem preso pelo limboDa plenitude de uma existência vã Na negrura que encandeia a almaNa brevidade de uma luz dissonanteUm fotão de esperança no terrorQue […] More

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  • árvore em descamapado
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    Disse não à chuva e ao vento

    Disse não à chuva e ao ventoQue me levam os passos para longeDo mundo que me rodeia e envolveEm lânguidos e cortantes murmúriosComo o afagar de uma navalhaOu doce estridente da terra queNua se faz mãe da solidão Disse não à chuva e ao ventoE fiquei para sempre com a memóriaAlagada por um mar de pedra emSulcos concêntricos ao desesperoContido […] More

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  • relvado com margaridas silvestres
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    O pequeno Lagarto e o Filósofo

    Numa pedra aquecida pelo sol do inverno mais frio de todos os invernos que se registaram como invernos frios, lisa à primeira vista, mas rugosa o suficiente para que líquenes crescessem à velocidade das eras geológicas, formando nela um tapete semi contínuo, avesso à geometria das pessoas, aquecia-se, em vigília assaz indolente e incaracterística aos seus, um pequeno lagarto de […] More

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  • Skull; caveira
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    Sobre o sentido

    A vida de cada ser humano, libertado do frémito da sobrevivência, será melhor definida como uma vida de busca, de busca pelo seu sentido intrínseco. A busca de sentido não é apenas a busca de si no universo, mas antes de mais, a busca de si em si mesmo. E a pergunta existencial, das três perguntas existenciais que nos atormentam, […] More

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  • Parede cinzenta
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    Do nada

    Do nada, tudo. Não de um nada tangível, mensurável como o zero de qualquer coisa, nem um nada absurdo como lenços coloridos saindo de um bolso, ou de como de uma cartola mágica salta um coelho branco. Tão-pouco um nada existencial de um ser sem propósito. Antes um nada inconcebível, incomensurável e inefável. Um nada para lá da compreensão, da […] More

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  • Criança em piscina
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    Sem tempo para Respirar

    Dias demorados arrastam-se em rios de anos velozes e décadas hipersónicas por entre o refrão indistinto do somatório de todas as músicas de uma vida que faz ondular as margens repletas de fracassos e oportunidades perdidas ofuscadas e ampliadas como tudo que é pequeno e por pequeno ser corrói e mata a inocência dos primeiros anos onde a vida era […] More

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  • Parede cinzenta
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    Vazio

    Ao deitar-se e abrir os olhosPara um mundo indiferenteAdianta-se o sonho nos folhosDo gelado lençol da mente Local de cegueira brancaOnde todo o mar é solidãoUma ave sem voz estanca A liberdade da sua inaçãoE ao ser mais forte arrancaTodo o sangue ao coração Seco bate e sem sentidoO coração inútil por estar vazioVivendo da memória que vem Do sangue […] More

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  • Homem em caverna
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    Sobre o sacrifício

    Dantes, quando tudo era deus e escuridão, quando o amor era expresso com mão pesada e quando o respeito era mais uma das vestes do medo, todos sofriam. Dantes, num dantes intangível, mítico e não verificável, a vida era assim simples. Para os que não tinham outra escolha senão a vida que tinham ou o fim prematuro da mesma, a […] More

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  • Praia: areia e mar
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    Podendo algum dia

    Podendo algum dia estarNum único local a vida todaDe pés plantados e contemplarUm momento onde eterno fosse E seria em frente ao marCom o sol na cara e onde barcosCravados na lonjura dos olhosSe derreteriam em horizonte E seria em frente ao mar Onde gruas feitas de ferrugemGuardariam o meu velar soleneCom areia dura por pedestal E seria em frente ao […] More

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  • Periquito de colar
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    Sobre ser simplório

    Não sei se incomodo ou sequer sou notado, por quem passa, quando dizem que imito papagaios na rua. Não sei bem o que pensam ou o devo pensar quando, empurrando o meu carrinho de mão já quase sem tinta e todo amolgado, imito, não apenas papagaios, mas também pegas, araras e especialmente periquitos de colar. Que são os meus preferidos, […] More

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  • Mulher de meia idade
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    Germana

    Naquele dia, Germana decidira-se. Falaria com Ateneu, motorista dos STCP que fazia, há mais anos do que conseguia lembrar-se, a linha que passava à sua porta. Dir-lhe-ia como gostava das conversas que mantinham nos trajetos diários, geralmente entre a sua casa e a baixa da cidade, onde ia regularmente para fazer compras, ver as montras, fazer um ocasional exame médico […] More

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  • mesa de DJ.
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    Vai DJ

    A DJ abre a pista nos meus ouvidos. O som encontra-se a meio do meu cérebro, mesmo por trás dos olhos. Embala-me e impele-me a bater com o pé, a contrair a coxa, a balançar de forma imperceptível, a respirar em quaternário. Empurra-me a cabeça para a frente e para trás, num breve vaivém de batida frívola e incendiária. Vai […] More

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  • blood in water - Suicídio por hemorragia
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    Sobre a razão de ser e a razão de saber

    Para Nicolau de Cusa (1401-1464), cardeal católico renascentista, considerado o pai da filosofia alemã, Deus é ratio essendi e ratio cognoscendi da realidade. Como tal, qualquer pensamento filosófico terá por partida e horizonte, Deus. Não há pergunta nem objeto que não suponha necessariamente a Deus como princípio. E se por princípio, na imensidão que é Deus, entenderemos nele igualmente o […] More

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  • Silhueta sentada
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    Sobre ser preterido

    Desligou o telefone acabada a conversa de circunstância polvilhada de uma falsa boa disposição. Abriu a janela. Olhou a nesga de mundo à sua frente e… Magoado … perguntou-se por dois segundos se poderia ter feito melhor. Revoltado … quando se apercebeu que teria sido a escolha certa para o lugar certo. Amargurado … perante a incapacidade de ripostar perante […] More

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  • Homem perante universo
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    Sobre a espera

    Do que esperamos quando ninguém nos espera? Quando não ouvimos o som caloroso dos passos apressados que se aproximam. Quando nos voltamos para trás e já até as sombras dobraram as esquinas da nossa solidão. Quando tudo que nos resta é o desejo de voltar para trás, para quem não nos quer, ou olhar em frente um caminho traçado para […] More

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  • Parede cinzenta
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    Every day is like Monday

    Deixa a tua reaçãono final do texto. Nada passará además que dolor. Todos os dias são segundaRepletos de vazio e relentoSolidão grave e profundaTonitruante e escuro vento Todos os dias são segundaAzuis, cinzentos, iguaisSecam estrada fecundaFecham todos os sinais Rodopiando numa rotundaSucedem-se na contramãoOs dias que são segundaCirculando sem paixão Monótono o seu caminhoCinzento vai no seu viverPois se encontra […] More

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  • Pedro Azevedo e guerreiro de Xiang, Iași - Roménia
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    Sou #55plus e para os #RH estou morto

    Caro #recrutador, Durante a minha #carreiraprofissional procurei deliberadamente reinventar-me, sensivelmente a cada dez anos. Ainda que algumas atividades tivessem decorrido em simultâneo, em dada altura da minha carreira, empenhei-me sobretudo numa atividade profissional. Foi assim que como técnico #DTP (DeskTop Publishing) participei na transição de dezenas de gráficas dos sistemas analógicos, chumbo e offset analógico, para sistemas de fotocomposição digital […] More

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