Morre um pouco a esperança para que possa crescer. Especialmente quando se torna a única saída na distância que é a estrada do sadismo de uns e indiferença de outros. Onde o fim de cada vida é o início de um número que, de absurdo, deixa de fazer sentido e adormece. Trinta e seis são demais. Trinta e seis mil são de menos. Num mundo onde estar errado é estar certo e onde a história julga mas não ensina, ser radical e identificado como amigo do terror é desejar que num território haja um único estado onde todos os seus cidadãos tenham os mesmos direitos, humanos, sociais, económicos e políticos.
Ser radical e identificado como amigo do terror, é querer o fim dos estados da Palestina e de israel e, em seu lugar, a criação de um único estado democrático, onde todos os povos que o habitam sejam iguais aos olhos da lei.
Hoje, ser radical e identificado como amigo do terror, é ser silenciado, por vezes com violência, pelos que hoje são moderados e identificados como combatentes do terror.
Num amanhã, tão longínquo como os moderados e identificados como combatentes do terror o desejarem, vão poder dizer que trezentas e sessenta mil vidas são demais e apenas então, nesse amanhã longínquo, haverá lugar ao que hoje é radical e identificado como amigo do terror.