Perante o prenúncio do fim da origem
Vejo o passar do tempo em vertigem
Cravando rugas e sarando feridas
Como uma película sem início nem fim
Como o infinito contido apenas em mim
Abrindo questões há muito esquecidas
Sinto que propósito algum me assiste
Onde existo sem desígnio que registe
e Que esta é a verdade nua e crua
Que não sou mais que luz sem fotão
Vociferante relâmpago sem trovão
Nada mais que rio que não desagua
Sem deus, nem padre, nem altar
Sem nada a temer ou almejar
Observo o universo na certeza
Que o que me prende, me liberta
Que a vida é a minha maior oferta
E conhecê-la a minha maior beleza