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Disse não à chuva e ao vento
Que me levam os passos para longe
Do mundo que me rodeia e envolve
Em lânguidos e cortantes murmúrios
Como o afagar de uma navalha
Ou doce estridente da terra que
Nua se faz mãe da solidão

Disse não à chuva e ao vento
E fiquei para sempre com a memória
Alagada por um mar de pedra em
Sulcos concêntricos ao desespero
Contido no olhar que enche o vazio
Das almas que ao vazio se entregam
E nele enriquecem mitos pessoais

Disse não à chuva e ao vento
Em mais um dia que morre inócuo
Desfeito com os dias perdidos
Reais como o sol que os trouxe
E leva para a mala dos anónimos
Cheia com o que nada vale
Pesada com o que nada importa

Disse não à chuva e ao vento
E decidi ficar a ouvir o mar morrer de branco

um outro Tempo
O pequeno Lagarto e o Filósofo