Na tarde luminosa e fria
Sob o céu azul límpido
Vieste de alma despida
Aquecer este ser sombrio
Teus pés sobre o prado
Eram de verde invisíveis
Perfeitos como os beijos
Que entrançados colhemos
Num sonho que é só nada
Desejo de luz que soterra
O corpo da vívida negação
Que é estar vivo e não viver
Os beijos despidos de amor
Destruiriam-se no prado
E talharam o seu futuro
Que de tão leves e verdes
Tão frescos e carnudos
Foram prenúncio obscuro