Olhei-te hoje nos teus olhos de há vinte anos e neles estavas tu. Tu, a que hoje acordou comigo, a que sempre acorda comigo, de um sonho de praia mansa, onde as ondas amansam as dunas e dão sal à vida que enche a ampulheta do nosso amor.
Tu que permaneces bela e ininterrupta, és fogo cândido que me pendura em ti. És a constante do universo e eu, fogacho eterno, dividido entre a voragem da dúvida e a beleza do teu ser, nada mais consigo, senão dizer-te que todos os dias me perco e me acho no teu amor.