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Nem será necessário, mas há malucos para tudo, por isso digo já que ninguém, faça o que fizer, escreva o que escrever, desenhe o que desenhar, o faz de tal forma que mereça morrer por isso. Dito isto, reafirmo que hoje e ontem e ainda amanhã, não fui, não sou e não serei Charlie. O jornal é antigo e quase todos, de uma forma ou de outra, já tomaram contacto com as suas publicações sejam elas ilustrações ou artigos. O jornal é uma força cáustica, acutilante e incómoda para a classe política e sociedade francesas. Aponta um frio lápis de humor à hipocrisia das religiões, à ignorância dos tempos, à desfaçatez do poder financeiro.

Mas não raro o fazem de forma inconveniente, com mau gosto, com a mesma baixeza que pretendem expurgar da sociedade, com o mesmo cinismo que apontam a outros, com a mesma superioridade dos que pretendem ridicularizar. São mal educados, são mal intencionados, são pornográficos.

Por isso, mesmo não sendo preciso faço-o à mesma, não vão os provincianos de direita e os provincianos de esquerda dizer que concordo com os manos Habibi, lamento a morte injustificada dos jornalistas mas nunca, nunca serei como eles.

Carta a um terrorista
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