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Deixo que nuvens, apartando-se, revelem a abóbada negra do firmamento côncavo, frio, suturado e impreciso da mente

Estilhaçada em milhares de milhões de turbilhões de estrelas, cometas, planetas, mundos inteiros, rodopiando invisíveis, pontinhos de luz, branca e trémula

Num firmamento semeado de pensamentos livremente presos, uns aos outros, por nada mais do que rodopios imemoriais de atração gravítica

E logo vens tu e as galáxias ganham rumo e os planetas não correm sós sobre o vazio, gravitam brancas e gravitam puros em teu redor e sucumbem ao teu magnetismo

A tua força fraca cinde os meus pensamentos em caleidoscópios de mundos, vividos e imaginados, ligados a tudo e a todos por mais que nada que a vontade de ser múltiplo

A tua força forte mantém-me unido para te sentir e explorar, numa experiência sem propósito nem fim que não amar-te. 

Sobre a impermeabilidade
Sobre a laranja na mão