Sinto em mim o vento do norte empurrando para longe a cordilheira de água que escurece o horizonte do olhar ;
Como uma montanha mágica ; Donde
- Os arco-íris fogem ;
- A frescura do dia é igual ao afago da noite ; e
- A nortada que passa em mim não mexe os fantasmas bordeantes do azul do céu abobadado ;
Que é
- Tumultuo da alegria ;
- Jamanta cobrindo o sol aquoso ;
- Sonho de títere no bolso da história vencida ;
- Ícaro terreno mirando o imenso céu com premonitória vertigem ;
Salta o vento do corpo para a mente e nela rodopia como que furioso por estar preso às paredes que o imaginam ;
Ruge entre os ouvidos e escapa-se a espaços nervosos pelo nariz que compassivamente lhe franqueia efémero escape ;
Devolve-se ao corpo e gela as extremidades numa invernia portátil que se transporta entre arrepios e desejos de sol e calor e vitamina D ;
Perde-se por fim no cansaço do derradeiro desafio de se consumir a si mesmo por estar só com o corpo que recusa claudicar ao conforto duma mente que não sai de si senão para olhar o horizonte refletido e arrefecer o vento norte que em si passa ;
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