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Se me lembro de algo, do dia dos dias, foi que nos beijamos muito. Está nas fotos; estaria na gravação de vídeo que o tempo levou antes que a pudéssemos digitalizar. Lembro também que estavas linda. Que estávamos felizes; felizes como até aí nunca estivemos. Havia sorrisos, cerimónia e fotografias e canapés. Havia o sol na redoma azul, brando brando, que não te pesava o vestido nem me apertava o laço. Os sapatos foram uma chatice. Os meus, que foram novos. Já tu, avisada, mandaste forrar umas sabrinas e dançaste o dia todo numa nuvem. Lembro-me de contigo agarrar os remos da nova vida e cortar pelo rio meigo e fresco. Colhias a água em conchinhas e salpicavas-me a cara. Os cisnes seguiam-nos, fascinados com a tua beleza.

Lembro-me de termos chegado à casa engraçada, cansados e vitoriosos. Eu descalcei-me finalmente, tu deixaste cair o vestido e dele saltaste para um fato de treino. Fomos para um hotel e dormimos abraçados. A vida começaria amanhã.

27 de julho
Num trono