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Lembras-te das paixões juvenis? Do quanto discorríamos. A tinta escoava-se das canetas e tanto ficava por dizer. Os amores eram sinceros, ou pelo menos assim os achavamos. Não havia internet, blogs ou mesmo computadores. Tudo era posto à unha, transcrito directamente do coração para o papel, na hora. Ahhh! que saudades desses tempos, das tardes sem escola, das longas jornadas de entrega à música, ao sono, a passeios pela foz, ao cinema, a encher a mente e o coração de mundos romanticos, mais ou menos tísicos, mas que, anos volvidos, ainda guardamos e que nos ajudaram a crescer.
A paixão é a maior fonte. A frase pode soar a sentença. Soa porque seguramente o é. A paixão tem o poder de transformar qualquer um em escritor.
Poderá o que nunca amou dizer o contrário?

um edifício mental, construído para reforçar a confusão e manter viva a chama
No planeta dos Crispins — o começo
Começo.