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Num Sábado de sol, o Zé, o Pedro e o Afonso trocaram o que seria uma manhã a dormir ou a ver televisão por uma viagem no tempo a quase 500 milhões de anos atrás. A meio caminho entre Arouca e Alvarenga, fica o Centro de Interpretação Geológica de Canelas. Um micro museu com um espólio monumental. Numa centenária pedreira de ardósias, são postos a descoberto fósseis únicos no mundo.

Há mais de 450 milhões de anos, o leito de mar pouco profundo na orla do super continente Pangeia, lá para o que é agora o poló sul, viria a formar as ardósias de Canelas. Nesse mar viviam trilobites, as formas de vida dominantes de um ecossistema quase inimaginável, no período Ordovícico Médio, altura em que a vida não havia ainda conquistado a terra. Segundo Artur Abreu Sá, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e responsável pela equipa científica da nova estrutura museológica: “É um capítulo da História da vida na Terra que aqui se conta”. Segundo o responsável da pedreira donde tal riqueza é extraída: “Não podíamos guardar isto para nós ou deixar que se perdesse”.

Numa zona repleta de beleza natural, em que a indústria rareia, a exploração da floresta emprega cada vez menos gente e as aldeias vão ficando desertas, são acasos felizes como este, aliados à vontade de preservar e dar a conhecer que nos obrigam a corresponder; visitando, acarinhando, divulgando para que muitos mais lá vão.

um edifício mental, construído para reforçar a confusão e manter viva a chama
Hoje apeteceu-me
Exageros