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Todos os heróis são involuntários
Sai-lhes da mão a história
Porque ao destino são contrários

Alvo de honra e memória
Por alto erguerem a sua espada
Os cobrem de fama e glória

São como vela ao vento enfunada
Aríete ao destino lançado
Findo o vento mais são que nada

É o vento o fado dourado
Que resgata o mortal do anonimato
E seu destino é assim lavrado

Retoma a vida em seu vulgar fato
E vê todos os dias iguais
E murcha e desespera em recato

Junta-se aos homens banais
Que trilham sempre pelo carreiro
Sonhando voltar a ser mais

Perto da morte e pela vida desfeito
Percebe o Herói que a grandeza
Lhe caiu na mão não se fez no peito

Chora herói nesta reta final
Vê como tão mais feliz serias
Vivendo como simples mortal
Suas simples dores e alegrias

Como saberia tão bem o vinho
Tão fresco de prazer te daria
Se de mortal fosse teu caminho
Sem a Ambrósia que tocaste um dia

Se os Deuses não te pedissem
Que por uma única vez
Provasses do Paraíso
Nada te seria preciso
E a tua vida não se perderia

O homem da praia
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