Cartas do Vampiro
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3 ViewsComentários fechados em Quem és tu e o que fizeste à minha pessoa?
in Cartas do Vampiro, TextosQuem és tu e o que fizeste à minha pessoa?
Que fizeste à minha pessoa que se inquietava a cada dia, a cada passo dado na incerteza e no questionamento? Dormentemente lúcido como a um permanente sonhador compete. A minha pessoa, que sofria com os seus impulsos, que encontrava beleza no inesperado da banalidade dos dias, que fluía pelas páginas de livros electrónicos, alternando entre ler e escrever, para depois […] More
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0 ViewsComentários fechados em Os eletrões existem?
in Cartas do Vampiro, TextosOs eletrões existem?
Se alguém faz uma pergunta, de forma séria, sobre se algo que damos por adquirido realmente existe e a resposta é igualmente séria, então é natural que tanto a pergunta quanto a resposta nos deixem perplexos. A pergunta foi: Os eletrões existem? E a resposta foi algo como: nunca medimos (observamos) um eletrão, mas apenas registamos a energia que este […] More
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2 ViewsComentários fechados em Sobre o sentido
in Cartas do Vampiro, Posição, TextosSobre o sentido
A vida de cada ser humano, libertado do frémito da sobrevivência, será melhor definida como uma vida de busca, de busca pelo seu sentido intrínseco. A busca de sentido não é apenas a busca de si no universo, mas antes de mais, a busca de si em si mesmo. E a pergunta existencial, das três perguntas existenciais que nos atormentam, […] More
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3 ViewsComentários fechados em Vazio
in Cartas do Vampiro, Poesia, TextosVazio
Ao deitar-se e abrir os olhosPara um mundo indiferenteAdianta-se o sonho nos folhosDo gelado lençol da mente Local de cegueira brancaOnde todo o mar é solidãoUma ave sem voz estanca A liberdade da sua inaçãoE ao ser mais forte arrancaTodo o sangue ao coração Seco bate e sem sentidoO coração inútil por estar vazioVivendo da memória que vem Do sangue […] More
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5 ViewsComentários fechados em Sobre o sacrifício
in Cartas do Vampiro, Posição, Sobre, TextosSobre o sacrifício
Dantes, quando tudo era deus e escuridão, quando o amor era expresso com mão pesada e quando o respeito era mais uma das vestes do medo, todos sofriam. Dantes, num dantes intangível, mítico e não verificável, a vida era assim simples. Para os que não tinham outra escolha senão a vida que tinham ou o fim prematuro da mesma, a […] More
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7 ViewsComentários fechados em Não passas de uma Memória de ti mesmo
in Cartas do Vampiro, TextosNão passas de uma Memória de ti mesmo
Olhou-se ao espelho na tentativa de se recordar do que foi. A memória que surgiria do nada para a ‘absolutez’ do consenso histórico. Assim como um mágico, não um ilusionista, mas um verdadeiro mágico, retira um comboio de lenços coloridos de um dedal entalado entre os dentes, viria a si a memória de quem foi. Olhava-se suspirando pelo Homem que […] More
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13 ViewsComentários fechados em Sobre a dor
in Cartas do Vampiro, Sobre, TextosSobre a dor
Fosse quem fosse, dissesse o que dissesse, nunca seria e nunca diria, senão o fingimento de ser e dizer a sua dor como uma dor que dói apenas ao seu reflexo. Uma dor de mutismo estridente, arco-íris perante sentidos daltónicos; feita com nada mais do que o desespero de ser livre, de nada lhe guiar a mão, de não ter […] More
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9 ViewsComentários fechados em CVC (Caixa de Variação Contínua)
in Cartas do Vampiro, TextosCVC (Caixa de Variação Contínua)
– Porque fizeste isto? Cai a pergunta como um insulto àquele a quem dói a resposta que não quer dar a si próprio. A constatação fria do seu fracasso na forma de uma lição nunca aprendida, de uma confissão nunca feita, de uma culpa nunca assumida. Aço frio encostado ao pescoço, murro no estômago depois do almoço, pontapé na boca […] More
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5 ViewsComentários fechados em 30 (trinta)
in Cartas do Vampiro, Textos30 (trinta)
Sinto que o nosso amor não nasceu, tendo apenas surgido quando, do nada, tudo se fez e os nossos átomos, dispersos pelas galáxias, se tivessem buscado pelo tempo e pelo espaço até ao que somos nesta nossa vida única e irrepetível. A memória dessa incomensurável proximidade está em mim e no desejo de te ter por perto, de sentir os […] More
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10 ViewsComentários fechados em Avenida de Isabel dos Santos
in Cartas do Vampiro, TextosAvenida de Isabel dos Santos
Não sejas parvo. Este é, claramente(?) um exercício de ficção. Foi em ambiente de pompa que o ministro do Trabalho e Segurança Interna, José Manuel Ventura, rebatizou a Avenida da Associação Empresarial de Portugal (ou Avenida AEP), como Avenida de Isabel dos Santos, empresária de alcance internacional, investidora sustentável e forte contribuidora para o sucesso económico de Portugal. A avenida […] More
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11 ViewsComentários fechados em Praça Arco-íris
in Cartas do Vampiro, TextosPraça Arco-íris
Não sejas parvo. Este é, claramente(?) um exercício de ficção. Foi num ambiente de festa e tolerância de género que na quinta-feira passada pelas 23:30 se procedeu à inauguração da renovada Praça Arco-íris, antigo Jardim de João Chagas, primeiro Presidente do Conselho de Ministros da República Portuguesa (atual Primeiro Ministro) e commumente conhecida pelos portuenses por Jardim da Cordoaria. O […] More
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8 ViewsComentários fechados em Praça do Revisionismo Iluminado
in Cartas do Vampiro, TextosPraça do Revisionismo Iluminado
Não sejas parvo. Este é, claramente(?) um exercício de ficção. Praça do Revisionismo Iluminado, é este o novo nome da antiga Praça do Império, após aprovação unânime em sessão de Câmara. O projeto foi apresentado por um grupo de cidadãos portuenses com ligações históricas aos continentes africano e sul-americano. “Trata-se de uma reparação há muito pedida”, afirmou Josinaldo Ráudinei, historiador […] More
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3 ViewsComentários fechados em A MetaIgreja de Cedofeita
in Cartas do Vampiro, TextosA MetaIgreja de Cedofeita
Não sejas parvo. Este é, claramente(?) um exercício de ficção. Foi por entre gritos de júbilo que a população da cidade do Porto, empunhando os símbolos aprovados pela MetaIgreja, assistiu e tomou parte da consagração, à MetaIgreja, do antigo edifício pertencente à Igreja Católica, e entretanto restaurado, na Rua de Cedofeita. Membros destacados desta rede religiosa, tanto nacionais como globais, […] More
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3 ViewsComentários fechados em Avenida da Derrota da Vergonha
in Cartas do Vampiro, TextosAvenida da Derrota da Vergonha
Não sejas parvo. Este é, claramente(?) um exercício de ficção. A Avenida da Derrota da Vergonha, antiga Av. da Liberdade, está sempre engalanada para lembrar os que vivem na cidade e os muitos que por ela passam que tempos houve em a vergonha grassava no país. Grossos pendões negros, alternando a ouro as siglas AV e CH, adornam os edifícios […] More
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2 ViewsComentários fechados em De ti
in Cartas do Vampiro, TextosDe ti
Invade-me a memória da tua pele na minha pele, dos meus lábios perdidos no teu pescoço, do mar cantado no teu cabelo que voa e soa a jugo de liberdade, à doce rendição de nos trazer comigo, sempre e a toda a hora. Estás em mim como nas vidas que criamos; lançadas à vida, tão livres e autênticas, como o […] More
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2 ViewsComentários fechados em O velho chefe e a jovem colona
in Textos, Cartas do VampiroO velho chefe e a jovem colona
– Estou em ti, e tu estás em mim. Dizia o velho que perdia a vida que lhe foi dada, à mulher que perdeu tudo que o seu ventre lhe tinha dado. Ela olhou-o nesse momento e para sempre como se finalmente o conhecesse, como se de apenas alma ambos se fizessem, tão ferido estava o ventre dela, tão próximo […] More
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1 ViewComentários fechados em Cacofonia
in Cartas do VampiroCacofonia
Uma cacofonia enche-me os ouvidos como água de uma piscina onde um sol abrasador me força a mergulhar e dela sou impedido de sair por um vento cortante. São vozes de mulheres e homens, de coisas que passam e cães que, de ladradores, ladram, estrepitosas umas, basais outras, ora em confronto ora em conluio; são vozes de si sobre si, […] More
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0 ViewsComentários fechados em De partida, chegada
in Cartas do VampiroDe partida, chegada
Perante a inevitabilidade da decisão tomada, aproximou-se da enorme lareira aberta. Atirou de um lanço metade do Brandy que tinha no copo para o fogo logo o consumir numa chama azul, sem rasto nem história. Olhava o fogo sem chama no olhar, mantinha o braço direito esticado na direção do fogo, palma aberta, voltada para baixo, sem experimentar o calor. […] More
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1 ViewComentários fechados em Passa um homem…
in Cartas do VampiroPassa um homem…
Passa um homem que julgo conhecer bem sem saber bem quem é. É alto o suficiente para o seu olhar estar acima de quase todos os olhares; mas não tão alto o suficiente para ser o mais alto. Talvez não haja o mais alto pois que, na verdade, apenas um poderá dizer: sou o mais alto. E, mesmo assim, poderá […] More
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0 ViewsComentários fechados em Partia de um pensamento vazio
in Cartas do VampiroPartia de um pensamento vazio
Partia de um pensamento vazio, para um universo cheio de nadaNum café decorado a frio, meio de clientes de expressão velada Tomaria o autocarro ou a nave espacial? partiria pelo seu péPor entre ruas e estrelas; fenomenal! viagem de procura da fé Assalta a dúvida a cada esquina, para lá ou por aqui?Ainda me lembro dela tão pequenina, papá: chichi […] More
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2 ViewsComentários fechados em Transformação
in Cartas do VampiroTransformação
Então diz-me lá; consegues transformar-te no que quiseres? Sim, consigo; mas com uma restrição importante. Qualquer coisa? Qualquer coisa, não; qualquer ser vivo; mas, como já te disse, com uma restrição importante. Pois, se te transformasses numa cómoda, iria ser difícil teres força de vontade para voltares à tua agradável pessoa. Sim, seria complicado. Posso pedir-te que te transformes nalguma […] More
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3 ViewsComentários fechados em – Dás-me Lume?
in Cartas do Vampiro– Dás-me Lume?
– Dás-me Lume? No momento em que os olhos se tocaramArregalados, fizeram os corações subir ao cumeDas suas existências vaziasOnde os desejos não se esgotam nem paramOnde todas as fogueiras são friasOnde os sentidos (sós) apenas exclamam E lá do alto sonharamCom uma vida repleta concreta discretaCheia de pequenas alegriasUnidas por uma paixão secretaPolvilhada de ínfimas fantasias Pequenos blocos do […] More
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12 ViewsComentários fechados em Ninguém reparou
in Cartas do VampiroNinguém reparou
Ninguém reparou que precisamente no instante em que ela nascia, o planeta Júpiter, sem razão aparente e sem que ninguém, astrólogo ou astrónomo o tivesse antecipado, colapsou sobre o seu imenso peso e se transformou numa pequenina estrela azul, tornando, mais os seus sessenta e três satélites, o nosso sistema solar num sistema binário, menos extraordinário do que até então […] More
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2 ViewsComentários fechados em Variações
in Cartas do VampiroVariações
Faz hoje 30 anos que morreu António Variações. Fosse vivo e seria septuagenário. Ainda sei as canções de cor, ainda me emociono com a sua ingenuidade. Variações abriu uma porta numa altura em que tudo era cinza. Tivesse continuado a viver e a cantar e não haveria fome, nem dívida, nem cortes, nem carros cinzentos a perder de vista. Viva […] More




















