More stories

  • in

    A dúvida

    imagino que os homens temem e destratam as mulheres por nunca saberem se elas querem ser a mãe dos filhos deles ou que eles sejam os pais dos filhos delas. More

  • in

    Coisas há que a escola nunca ensinará

    Nem deve. Contava-me um amigo que quando um caçador incapacita uma presa e um segundo caçador a mata, este entrega a presa ao que primeiro disparou, recebendo dele um cartucho. Este acto de cortesia um de muitos do código de conduta da caça, não poderá nunca ser ensinado na escola. Em primeiro lugar, por razoes óbvias. Embora para alguns fosse […] More

  • in

    Nada é mais triste que um céu azul

    Nada é mais triste que um céu azulAzul de ponta a ponta sem máculaQue se lhe aponte só e sempre azulNem mesmo o sol que é um crápulaEgoísta que brilha tanto que ofuscaTira tanto quanto dá e não se deixaAmar nem tocar por quem o busca É muito enfadonho o dia bom porqueAusentes mistérios para eu desvendarÉ igual de ponta […] More

  • in

    Dormias quieta na rede

    Dormias quieta na redeanimada tão só pela brisae eu olhava para ti com a sededum sonho que de Vénus desliza Via-te tão quieta de pegar tão fácilque se me incendiou a almanão resistindo ao desejo táctiltoquei-te com a mão, só a palma Tu bela Helena e eu vibrante Párisperdida tu num sonho do dia-a-diae eu acordado cruzando os maresprocurando-te seguia […] More

  • Praia e mais nada
    in

    Na praia III

    Sim, que foi? Nada. Quero só dar-te um beijo. Muitos. Todos os que quiseres. Beijou-a na boca, na face, no pescoço. Embrenhou-se nos cabelos dela. Tomou-lhe as medidas da cinta. Encaixou-a em si. Era a Aurora. Era mesmo ela. Como? Onde esteve? Onde está agora? Onde está a Sofia? Desculpou-se com as horas para dela se distanciar e foi para […] More

  • in

    Na praia II

    A lâmina estava gasta e abespinhava-lhe a pele. Raspava, raspava; arrancava mais do que cortava. Só lá para o terceiro corte, vendo o sangue pingar no lavatório, é que percebeu que não tinha que aturar aquilo, que tinha outras lâminas, novas em folha, guardadas na gaveta. Olhava-se ao espelho e via alguém que conhecia de vista. Não sentiu o álcool […] More

  • in

    Na praia I

    O sol estava quente, a tostar. Deitado na esteira, esticado, braços ao longo do corpo, ligeiramente arqueados e com as palmas das mãos voltadas para cima, nada mais sentia que calor invadindo-lhe o corpo. Gotinhas de suor corriam da testa em direcção às orelhas e nelas empoçavam. Acrescentando à sensação de forno, como se voltasse ao ventre da mãe, havia […] More

  • in

    Agora que aqui chegaste

    Agora que aqui chegaste, que pedes para ti? – Apenas aquilo que fiz por merecer. – E isso é? – A recompensa pelo sacrifício, pela dádiva, pela escusa ao fácil e ao cómodo. – E fizeste tudo isso para..? – Para tua glória e proveito, claro. – Para mais nada? – Também, e sobretudo, para minha salvação. – E foi […] More

  • in

    sem título

    Amo este rio imensamente e não sei que fez ele para que o ame assim tanto. Quando o vejo, cruzando-o pela ponte, vindo do sul, ou pelo ar, vindo de longe, ele cintando as cidades, fico feliz e relaxado. Estou em casa. Acho que nada se faz para se ser amado. É-se e pronto, amam-nos. Caso contrário, fosse necessário labor […] More

  • in

    O fim das férias

    Sinto o cheiro da terra nas narinasPassa a tua alma dos olhos vitrinasDo tempo que fomos felizes à chuvaQuando nossa boca sabia a pão e uva Na piscina caem sem parar gotinhasMemórias que já não são as minhasCaídas do tempo antes do despertarSão histórias perdidas e por contar A luz dourada que por ela se estende Chega à palmeira que […] More

  • in

    Lá vão

    Lá vai o chorãoChorando não ter um tostãoLá vai o zangadoAchando estar tudo errado Passa rápido o azedoPorque tudo lhe mete medoSegue-o o moralistaColocado no topo da sua lista Fisga o mal intensionadoCom que é preciso ter-se cuidadoAfirma o sempre certoNem sonha que nem está perto Ronca o mal humoradoSem ninguém a seu ladoVejo o sem vistaAparentado com o Batista […] More

  • in

    Tu fugiste e eu fiquei

    Tu fugiste e eu fiqueiNo lugar onde te ameiParado te vi partirDescrente em te seguir Partiste de um amorQue perdeu o seu calorDeixaste um casco frioMeu corpo ficou vazio O que havia começadoNum gosto a rebuçadoQue lambíamos sorventesCom os lábios dormentes Que era apimentadoÉ amargo congeladoQue foi doce saborÉ agora pena e dor Ó que dia tão tristeO dia em […] More

  • in

    Nós, Esses e Eles

    Nós somos o que melhor tem a sociedade. Nós somos bons cidadãos, pagamos os impostos todos e cumprimos as demais obrigações. Nós somos gregários, bons vizinhos, respeitadores do meio ambiente e fraternos para com as outras culturas. Aplaudimos os golos dos adversários, congratulamos os governos que não ajudamos a eleger. Nós não vamos às putas, respeitamos os cônjuges e os […] More

  • in

    O Daimon

    – Porque é que escreves sobre suicídios?– Que coisa tão triste. Não percebo.– Dê a volta. Escreva sobre a vida.– Escreve sobre coisas alegres. Assim ficas deprimido.– Onde vais buscar essas ideias?– Vá lá. Escreva para os seus filhos…– Deixa esses pensamentos tristes que ninguém gosta de ler. E porque haveria de deixar? Haverá razão para dar ao desprezo do […] More

  • Ondas revoltosas
    in

    a luta

    a carta que queria ter-lhe entregue e do mar que começou por ser manso chãoenormíssima onda de tumultuo se alevantavento feroz redemoinho cortante vagalhãoque mesmo ao mais valente a força espantatalha o rumo varre o convés aperta o coraçãoa vida suga e esmorece e a morte agiganta e ao leme o homem de frio e medo tremee seus braços de […] More

  • in

    15.1

    Vou amar-te de forma ingenteNo futuro e no presenteVou amar-te como sempre o fizDos pés à ponta do nariz Ainda que a noite não tenha fimMesmo que te tenha longe de mimAinda que a luz do dia não chegueMesmo que o escuro não despegue Vou dar todo o meu único corpoAo teu dado todo único corpoE criar uma nova forma […] More

  • in

    tu não és tu pois não? (os maus cristãos)

    quem sou senão quem posso serquem posso ser senão o que querem que eu sejaque querem que eu seja senão o que todos sãoque todos são senão o que não sãoque não são senão o que queriam serque queriam ser senão quem sãoquem são senão quem não sãoquem sou senão quem não sou quem é aquela de espinha tortaque abaixa […] More

  • in

    Princesas e sapos

    Da história importa lembrar que a princesa beijou o sapo e este se transformou num lindo príncipe. É sabido que viveram felizes para sempre na imaginação de crianças pequenas e crescidas e que este par mágico é ainda hoje o almejo secreto de muita princesa desiludida que não encontrou o seu príncipe porque o sapo que encontrou e beijou assim […] More

Load More
Congratulations. You've reached the end of the internet.