Que seguras tu na mão
Fino e de um plástico preto
Barato de aspeto e caro de preço
Que tanto lhe dás com o dedo
Polegar no pequeno ecrã baço
Monocromático
Que mundos se te revelam
Nessa pequena janela sem mais
Que um incessante faiscar de letras
Que objeto tão insignificante
Te faz sorrir e parar para pensar
Abrires a boca e dizeres ‘Ah’
Fixares os olhos e deles deixar correr uma lágrima
Que te deixa preso nele
Nesse pequeno e infinito ele
Cornucópia de mundos
De felicidades e de desfechos incertos
Que é isso que é a cada dia outra coisa
A cada dia outro mundo
A cada dia uma outra história
A cada dia uma nova aventura

![Entre nós e as palavras * 17 Fonte: museu.cm-torresnovas.pt A colectiva, Mário Cesariny, Artur Bual, Francisco Relógio e Lima de Freitas, 1993. Acrílico s/ tela, 120x200 cm [n.º inv. MMTN 5760]](https://www.maquinamundi.com/wp-content/uploads/2023/09/Quadro-155x155.png)