Passa a torrente apaixonada do ímpeto
E nada mais fica no ecrã de luz branca
Que o poema ditado pelo passageiro
Incomodado por ser irremediavelmente
Um triste narcisista sem reflexo que se olhe
Lhe segure a mão e lhe dê o alento
Necessário para não ter de se perguntar:
- Para que servem essas palavras?
- Quem as tomará para si?
- O que fica do que escreveu?
- De que lhe serve o pensamento que o extravasa?