Please log in or register to do it.

Saio do carro, calor adentro, cansado e plácido perante a perspectiva do Douro à minha frente. Quando dou conta, estás sentado atrás de mim. Sereno, de mão no peito, como que gravando na memória esta paisagem que quiseste por única posse.

Choro por te ver, por me lembrar que te esqueço no dia-a-dia. A tua simplicidade avassaladora no destronar do que tínhamos por certo; o teu amor pelas crianças e pelos gatos; a tua visão de um Portugal grandioso, candente ao mundo e a cada um de nós.

Fica o momento, a fraqueza do ego, a memória da conversa no Largo de Santana que, tão novo, desbaratei, para reconstruir anos depois.

Avenida da Derrota da Vergonha
Fala-MeDaTuaVida